MORTALIDADE DE TUCUNARÉS X PESCA ESPORTIVA
- Carlos Vettorazzi
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MORTALIDADE DE TUCUNARÉS X PESCA ESPORTIVA
MORTALIDADE DE TUCUNARÉ X PESCA ESPORTIVA
Em trabalho relativamente recente, publicado no periódico científico ACTA AMAZONICA, pesquisadores estudaram a taxa de mortalidade de tucunarés associada à pesca esportiva (pesque e solte) no Rio Negro, Amazonas.
A seguir, apresento um resumo do trabalho:
A pesca esportiva de tucunarés Cichla spp., na Amazônia brasileira, aumentou em popularidade nos últimos anos e tem atraído pescadores esportivos que geram benefícios econômicos para essa região. Entretanto, a sustentabilidade dessa pescaria depende em parte da sobrevivência dos peixes capturados, por meio da prática do pesque e solte. O objetivo deste trabalho foi avaliar a mortalidade de Cichla spp., incluindo o tucunaré-paca/açú (C. temensis Humboldt), o borboleta (C. orinocensis Humboldt) e o popoca (C. monoculus Agassiz) em dois locais na bacia do rio Negro, o maior tributário do rio Amazonas. Os peixes foram capturados por variados tipos de iscas artificiais e posteriormente monitorados em viveiros construídos no próprio rio, por 72 horas. Um total de 162 tucunarés foi capturado e as mortalidades (em %) foram calculadas. A mortalidade foi de 3,5% para o paca; 2,3% para o borboleta; e 5,2% para o popoca. O comprimento padrão dos peixes capturados variou de 26cm a 79cm, mas apenas peixes menores de 42cm morreram. A pesquisa sugere que a pesca esportiva não causa substancial mortalidade na população de Cichla spp. Na bacia do rio Negro.
Apresento também algumas informações adicionais que retirei do trabalho:
Foram utilizadas na pesca iscas de superfície, meia-água e jigs.
Dos 56 pacas/açús capturados, 2 morreram, tendo sido ambos fisgados por jigs.
Dos 87 borboletas capturados, 2 morreram, tendo sido um fisgado com isca de meia-água e o outro com jig.
Dos 19 popocas capturados, 1 morreu, tendo sido fisgado com isca de meia-água.
Todas as mortes ocorreram por ferimentos na garganta ou na guelra.
As mortes ocorreram entre 5 e 15 minutos após a captura em quatro peixes. O quinto sobreviveu ainda por duas horas.
Quem quiser ter acesso ao trabalho completo, o link é: www.scielo.br/pdf/aa/v44n4/13.pdf
Abraços
Em trabalho relativamente recente, publicado no periódico científico ACTA AMAZONICA, pesquisadores estudaram a taxa de mortalidade de tucunarés associada à pesca esportiva (pesque e solte) no Rio Negro, Amazonas.
A seguir, apresento um resumo do trabalho:
A pesca esportiva de tucunarés Cichla spp., na Amazônia brasileira, aumentou em popularidade nos últimos anos e tem atraído pescadores esportivos que geram benefícios econômicos para essa região. Entretanto, a sustentabilidade dessa pescaria depende em parte da sobrevivência dos peixes capturados, por meio da prática do pesque e solte. O objetivo deste trabalho foi avaliar a mortalidade de Cichla spp., incluindo o tucunaré-paca/açú (C. temensis Humboldt), o borboleta (C. orinocensis Humboldt) e o popoca (C. monoculus Agassiz) em dois locais na bacia do rio Negro, o maior tributário do rio Amazonas. Os peixes foram capturados por variados tipos de iscas artificiais e posteriormente monitorados em viveiros construídos no próprio rio, por 72 horas. Um total de 162 tucunarés foi capturado e as mortalidades (em %) foram calculadas. A mortalidade foi de 3,5% para o paca; 2,3% para o borboleta; e 5,2% para o popoca. O comprimento padrão dos peixes capturados variou de 26cm a 79cm, mas apenas peixes menores de 42cm morreram. A pesquisa sugere que a pesca esportiva não causa substancial mortalidade na população de Cichla spp. Na bacia do rio Negro.
Apresento também algumas informações adicionais que retirei do trabalho:
Foram utilizadas na pesca iscas de superfície, meia-água e jigs.
Dos 56 pacas/açús capturados, 2 morreram, tendo sido ambos fisgados por jigs.
Dos 87 borboletas capturados, 2 morreram, tendo sido um fisgado com isca de meia-água e o outro com jig.
Dos 19 popocas capturados, 1 morreu, tendo sido fisgado com isca de meia-água.
Todas as mortes ocorreram por ferimentos na garganta ou na guelra.
As mortes ocorreram entre 5 e 15 minutos após a captura em quatro peixes. O quinto sobreviveu ainda por duas horas.
Quem quiser ter acesso ao trabalho completo, o link é: www.scielo.br/pdf/aa/v44n4/13.pdf
Abraços
Editado pela última vez por Carlos Vettorazzi em Qua Set 02, 2015 3:02 pm, em um total de 1 vez.
- NELSON MACIEL
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Legal o estudo.
Eu li um estudo parecido com este emitido lá em 2009/2010.
Me recordo que além da eventual morte por decorrência de ter danos na guelra e garganta, alguns tucunarés morreram por danos nos olhos.
Sendo então que danos aos olhos é um forte fator para prejudicar a recuperação do peixe.
Mas aos pescadores, mesmo que a garatéia tenha pego no olho, não significa sacrificar o peixe, eu mesmo peguei em Serra da Mesa um bitelo azul de 3,5kG que era caolho.
Em suma, soltar é garantia de vida para os peixinhos.
Eu li um estudo parecido com este emitido lá em 2009/2010.
Me recordo que além da eventual morte por decorrência de ter danos na guelra e garganta, alguns tucunarés morreram por danos nos olhos.
Sendo então que danos aos olhos é um forte fator para prejudicar a recuperação do peixe.
Mas aos pescadores, mesmo que a garatéia tenha pego no olho, não significa sacrificar o peixe, eu mesmo peguei em Serra da Mesa um bitelo azul de 3,5kG que era caolho.
Em suma, soltar é garantia de vida para os peixinhos.
- Carlos Vettorazzi
- ANZOL DE OURO
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Law Huei escreveu:Ótimo estudo Carlos,
Obrigado por compartilhar..interessante como um tipo específico de isca pode causar maior mortandade ... ... menos numa primeira impressão.
abraços
Caro Law
Realmente é preciso tomar algum cuidado ao interpretar esses resultados.
Num primeiro momento a impressão que se tem é que o jig é o grande "vilão da história", mas na verdade ele foi responsável por 59% das capturas (contra apenas 8% das iscas de superfície), ou seja, a grande maioria dos peixes fisgados por jig também sobreviveram.
Abs
- Sóstenes Pereira
- CALOURO
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Concluindo...
Graça e paz.
Bom dia.
Devo concluir então que no caso de ferimentos na guelra ou na garganta não adianta soltar o peixe, ele vai morrer?
Bom dia.
Devo concluir então que no caso de ferimentos na guelra ou na garganta não adianta soltar o peixe, ele vai morrer?
Bom dia Sostenes,
Necessariamente o peixe não vai morrer, a conclusão é que vale a pena soltar o peixe em qualquer situação...
Se for para escolher um peixe para consumo, se deve optar por algum que tenha sido ferido seriamente na região das guelras.
(Não se deve justificar o abate indiscriminado por qualquer sangramento, mesmo com pequenas/medias avarias os peixes tem boas possibilidades de se recuperar. Caso morra, ficando no local, ainda serve como biomassa para o ambiente que habita)
Abraços,
Ricardo
Necessariamente o peixe não vai morrer, a conclusão é que vale a pena soltar o peixe em qualquer situação...
Se for para escolher um peixe para consumo, se deve optar por algum que tenha sido ferido seriamente na região das guelras.
(Não se deve justificar o abate indiscriminado por qualquer sangramento, mesmo com pequenas/medias avarias os peixes tem boas possibilidades de se recuperar. Caso morra, ficando no local, ainda serve como biomassa para o ambiente que habita)
Abraços,
Ricardo
- Carlos Vettorazzi
- ANZOL DE OURO
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Canali escreveu:Bom dia Sostenes,
Necessariamente o peixe não vai morrer, a conclusão é que vale a pena soltar o peixe em qualquer situação...
Se for para escolher um peixe para consumo, se deve optar por algum que tenha sido ferido seriamente na região das guelras.
(Não se deve justificar o abate indiscriminado por qualquer sangramento, mesmo com pequenas/medias avarias os peixes tem boas possibilidades de se recuperar. Caso morra, ficando no local, ainda serve como biomassa para o ambiente que habita)
Abraços,
Ricardo
Bela resposta Canali.
Abs
- Marco R. Lima
- GARATÉIA DE PRATA
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- Marco R. Lima
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Exatamente!Canali escreveu:Bom dia Sostenes,
Necessariamente o peixe não vai morrer, a conclusão é que vale a pena soltar o peixe em qualquer situação...
Se for para escolher um peixe para consumo, se deve optar por algum que tenha sido ferido seriamente na região das guelras.
(Não se deve justificar o abate indiscriminado por qualquer sangramento, mesmo com pequenas/medias avarias os peixes tem boas possibilidades de se recuperar. Caso morra, ficando no local, ainda serve como biomassa para o ambiente que habita)
Abraços,
Ricardo