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VÍDEO INTERESSANTE SOBRE A CRIAÇÃO DE ROBALOS EM CATIVEIRO

Enviado: Dom Jul 11, 2010 11:32 am
por NELSON MACIEL
Que foi ao ar em 11/07, no Programa Globo Rural

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Enviado: Dom Jul 11, 2010 12:21 pm
por Vitor Isaia
Boa Nelsão... esse merece ser fixado... e divulgado!

Enviado: Dom Jul 11, 2010 12:47 pm
por Wagner Vieira
Bacana... Muito legal a reportagem!!!



Abração

Wagner

Excelente matéria...

Enviado: Dom Jul 11, 2010 1:17 pm
por Rycardo Carvalho
"Texto do site: Programa Globo Rural"


Pesquisas buscam tecnologia para criação de robalo em cativeiro
- 11.07.2010

A criação racional de peixes vem crescendo bastante no Brasil, principalmente com espécies de água doce, como a tilápia e a carpa. Agora, a pesquisa busca tecnologia para a criação em cativeiro de peixes marinhos.

Já existem algumas espécies em estudo por aqui. Uma delas é o robalo. Pesquisadores já descobriram muita coisa sobre esse peixe, um dos mais apreciados no Brasil.

São Paulo é a maior metrópole brasileira e um dos lugares onde mais se vende robalo no país. Nas peixarias do Mercado Municipal da cidade, ele tem lugar de destaque. É um peixe nobre, de carne clara, com pouca espinha e baixo teor de gordura. Fica bom ensopado, grelhado e até cru. Mas tem um defeito: o preço. Renato Rabelo, que há mais 50 anos trabalha com pescado no mercado, diz que está R$ 38 o quilo do robalo. “E se quiser o filé dele sai R$ 80 o quilo de filé de robalo fresco”, diz. “Não é que ele é caro, é que tem pouca quantidade. Tudo aquilo que tem pouca quantidade é caro, porque a aceitação é grande e tem pouco produto”, explica.

De olho nesse mercado, algumas universidades vêm tentando desenvolver tecnologia para criação do robalo em cativeiro. As primeiras pesquisas começaram há 10 anos, na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. O oceanógrafo Vinícius Ronzani é o coordenador do laboratório de peixes marinhos. “A gente pode dizer que é uma espécie rústica, que se adapta a diversos ambientes, então a gente desde o início percebeu que podia ser criado em água doce ou salobra, ou no mar”, afirma.

O robalo é nativo das Américas. Aparece desde a costa dos Estados Unidos até o litoral sul do Brasil. Existem diversas espécies desse peixe, que pode chegar a um metro e meio de com comprimento e pesar mais de 20 kg.

O robalo tolera o frio, mas prefere águas quentes, acima de 25 graus. Na natureza, nasce no mar e migra para áreas costeiras em busca de alimento. Carnívoro, come peixes menores e pequenos crustáceos. É um animal que gosta das áreas de estuário, onde os rios encontram o mar. “O robalo precisa, basicamente, de uma temperatura tropical, de águas tropicais, que nós temos muito no Brasil. E quando a temperatura baixa de 20 graus, ele cresce muito pouco ou quase nada. Temos 3 meses em Santa Catarina, por exemplo, e no Rio Grande do Sul mais ainda, que fica nessa faixa”, calcula o oceanógrafo.

No laboratório, a pesquisa está mais concentrada no robalo peva. Periodicamente, os peixes são medidos e pesados pra avaliar o crescimento e o ganho de peso. E este é um dos gargalos da criação: o robalo tem crescimento lento. “A gente vê no mercado que robalos inferiores a 1 kg normalmente têm preço um pouco menor que os robalos superiores a 1 kg, 2 kg. Só que as espécies que temos aqui, que se prestar pra piscicultura intensiva, demandam um tempo muito grande pra chegar a esse 1 kg, 2 kg, 3 kg... Seriam 2 ou 3 anos”, explica Vinícius.

Pra reduzir o tempo de engorda, a pesquisa começa a investir no melhoramento do robalo. Na Pontifícia Universidade Católica do Paraná - que mantém um centro em Guaratuba, litoral do estado.

Assim como acontece com gado, com frango ou qualquer outra criação, para ter sucesso no peixe de abate é preciso genética. No Centro, é desenvolvido um trabalho para melhorar a qualidade dos peixes. “Fazemos a reprodução deles no laboratório e selecionamos animais que mais cresceram. Então, de um lote, selecionamos 30 animais e de outro lote mais 60, 100 animais. Então ficamos com um lote de reprodutores com características de crescimento”, explica a zootecnista Ana Paula Baldan.

Na natureza, a reprodução do robalo acontece entre os meses de novembro e abril. Mas no cativeiro, normalmente, ele não se reproduz. Pra multiplicar os peixes é preciso fazer a chamada indução hormonal. Um pouco de anestésico na água e os animais dormem. Aí recebem uma dose de hormônio. E descobrir o sexo desse peixe não é fácil. Machos e fêmeas são praticamente iguais. E só se sabe quem é quem na época da desova, como explica a zootecnista Luciana Ganeko: “No período da reprodução, os machos liberam sêmen sob uma leve pressão abdominal e as fêmes apresentam um abdômen levemente abaolado e macio”.

Em 36 horas, os peixes estão prontos para a coleta. Com uma leve massagem na barriga, o macho libera o sêmen e a fêmea solta os ovos. “Uma fêmea de robalo deve produzir, para cada grama, uma média de 3 mil ovos”, afirma Luciana.

Algumas gotas de sêmen são suficientes pra fecundar milhares de ovos. Tudo é misturado com cuidado, lavado com água, levado pra incubadora. Aí é esperar 18 horas.

No nascimento até mais ou menos 50 dias de vida, as larvas de robalo se alimentam de algas e de microorganismos de origem animas, os chamados rot[iferos. Na fase seguinte, os peixinhos já começam a comer ração. E essa é outra dificuldade da criação em cativeiro. Ainda não existe ração comercial pra robalo. É o que a PUC do Paraná está tentando desenvolver. “Nós buscamos, para a ração, ingredientes que atendam às necessidades do peixe com relação a proteínas, carboidratos, lipídio e estamos usando hoje dietas com farelo de trigo, farelo de soja, farinha de peixe, amido de milho, óleo de soja e óleo de peixe, um complexo vitamínico mineral e vitamina C, que é o ácido ascórbico, a base da dieta que estamos trabalhando e mudando as quantidades para ver o que fica melhor”, explica Ana Paula Baldan.

Pra testar a comida e a genética desenvolvida aqui no centro, a PUC e a Universidade Federal do Paraná fizeram parceria com um maricultor da praia de Caieiras, ponto de partida e uma viagem até a criação do Mauro Maia, dentro da baía de Guaratuba. O local tem águas tranquilas, próprias para instalação de tanques-rede. Mauro é um ex-pescador. “Eu deixei de pescar em alto mar há 10 anos. Hoje, crio camarão vivo para isca, ostra e a experiência com o robalo”, explica Mauro.

O tanque dos robalos é bem pequeno. “Esse tanque está em desenvolvimento, ele tem 6 metros cúbicos. É um projeto piloto, ainda em desenvolvimento. A gente coloca experimentalmente 20 kg de peixe por metro cúbico”, conta professor da Universidade Federal do Paraná, Fabiano Bendhack, coordenador da pesquisa. Ele explica que o tanque-rede tem vantagens: “Facilidade de instalaçào, baixo investimento, baixo impacto ambiental”.

Todo mês, os peixes são pesados e medidos.

“Esses peixes têm em torno de 10 meses de cultivo, chegaram aqui com 50 gramas e chegaram a 220 gramas. É um crescimento já considerável para uma espécie marinha. A gente espera que ele fique do tamanho de um prato, de 350 gramas a 400. Acredito que o peso total para o abate alcance em 14 a 16 meses, dependendo do peso inicial e da época que seja povoado o tanque-rede”, diz o professor.

A pesquisa ainda tem muito o que caminhar. Mas doutor Vinícius Ronzani, acredita que o robalo pode ser uma boa alternativa pra quem vive de pescado no Brasil: “É um peixe que muita gente gosta de comprar e que paga um preço razoável. Na avaliaçào do mercado, o robalo está sempre entre as mais caras. Isso facilita a psicultura porque a gente consegue equilibrar custos e ser um bom negócio”.

Para entender o que o robalo tem de tão especial, fomos a um restaurante japonês na cidade de São Paulo, onde o chef Junior Schimitz, nos ensina duas receitas: grelhado com aspargos e sopa.

Para a sopa, você vai precisar de:

1 bom filé de robalo

4 talos de cebolinha verde

4 buquês de cogumelo shimeji

1 colher de café de glutamato monossódico

1/2 cebola picada

2 pitadas de hondachi

1 colher de sopa de missô branco

Hondachi e missô são dois ingredientes consagrados da culinária japonesa. “O missô é a famosa pasta de soja e o hondachi é um caldo seco de peixe”, explica o chef.

O preparo é simples:

Refogue a cebola com um pouco de óleo, acrescente 1/2 litro de água, o missô e o hondashi. Mexa até a pasta de soja se desfazer. Junte os cogumelos e deixe cozinhar por alguns minutos. Coloque os talos de cebolinha, espere amolecer um pouco e acrescente o peixe picado. Quando levantar fervura novamente, aguarde uns 3 minutos. Está pronto.

Você deve reservar 1/3 do caldo da sopa. Ele é a base para o molho do peixe grelhado.

Pra prepará-lo, você vai precisar de:

2 colheres de manteiga

4 aspargos frescos, aferventados em água

1 filet de robalo, de mais ou menos 150 gramas

Sal e pimenta à gosto

E um punhado de gergelim

Tempere o peixe com sal e pimenta. Unte uma chapa ou frigifeira quente com um pouco de óleo e grelhe o filé em fogo médio, alguns minutos de cada lado. Enquanto isso, volte o caldo para o fogo até reduzir a água pela metade.

Os aspargos também vão para a grelha. Quando o molho estiver reduzido, retire do fogo, acrescente a manteiga e misture bem. Monte o prato com os aspargos, depois o peixe. Regue com o molho e salpique com gergelim.

Saboroso, valorizado, o robalo pode se transformar num bom negócio. Hoje, mais de 90% das espécies marinhas consumidas pelo homem vêm da pesca. A criação racional ainda tem muito que crescer.

Os endereços abaixo trazem mais informações sobre o robalo:


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Departamento de Aqüicultura – CCA – UFSC -
http://www.aqi.ufsc.br/


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Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos - PUC-PR
http://www.pucpr.br/ensino/cppom

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Centro de Estudos do Mar - UFPR
http://www.cem.ufpr.br/

Enviado: Dom Jul 11, 2010 3:17 pm
por NELSON MACIEL
O que me deixou um pouco chateado é a que visão do Programa foi muito minesterial ...rs...

Em nenhum momento sequer foi falado sobre a necessidade de preservação, do repeixamento para que não haja desaparecimento da espécie ...

Enviado: Dom Jul 11, 2010 7:31 pm
por Caue Costa Hueso
acho q mostra uma alternativa pra diminuir a pesca predatoria.... ... o futuro eh reprodução em cativeiro mesmo do pescado e diminuição da carne vermelha....

espero q os estudos avancem cada vez mais....

Enviado: Dom Jul 11, 2010 11:05 pm
por Jefferson Schraier
Nem tudo esta perdido, e que alegria esse peixe nos proporciona. O pouco que sei, pois sou novo na pesca principalmente ao Robalo e comentarios de antigos pescadores, que guaratuba antigamente tinha muito pouco robalos depois de varias solturas de robalos pela Universidade, se tornou um dos melhores lugares para pescar, uma pena que não estão soltando mais por motivos que não sabemos ao certo.
Capivari quando soltavam os bass eram muito mais alegres para nos pescadores, e guaratuba tambem. Tudo tem jeito, e tem gente que querem ajudar, mas muitos são contra vai entender.

Enviado: Seg Jul 12, 2010 8:43 am
por Marcos Zotto
Fiquei admirado com esta matéria sobre o robalo.
Geralmente o foco dos programas rurais é sobre peixes de tanques.
É um grande incentivo ao trabalho dos pesquisadores, que a partir de agora poderão inclusive reinvindicar mais verbas.
Na Finlândia e Noruega, as fazendas de salmão empregam milhares de pessoas, e é um dos principais produtos da pauta de exportação destes países.
O Brasil poderia investir na produção do robalo e criar um grande mercado de trabalho para muitos caiçaras, que assim deixariam as redes de lado.

Enviado: Seg Jul 26, 2010 12:05 pm
por Ilson Couto
Muito Legal Nelson...só que realmente nao falaram em nenhum momento da preservação da Espécime....na verdade queriam falar da reprodução em cativeiro para que tenham mais robalos para comer.... ...

Mas muito legal o video!

abraço.

Enviado: Ter Jul 27, 2010 2:59 pm
por André Almeida - Beluga
Ótima a reportagem! Detalhe que no começo eles falam que o peva é a espécie criada e eles tiram um flexa do tanque para pesar!

Enviado: Seg Ago 02, 2010 9:06 am
por Marcos Santos
Vi só agora a reportagem.
Muito interessante. Espero que venha a se fortalecer a criação dos robalos, assim, de forma indireta acaba diminuindo a pressão da pesca profissional, com redes, etc.
Realmente, o ruim é que em nenhum momento se fala na preservação.