Peixe que dá lucro

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José Mauricio Telles
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Peixe que dá lucro

Mensagem por José Mauricio Telles » Sex Mai 16, 2008 10:48 am

Peixe que dá lucro

11.05.2008 - Pequenas Empresas Grandes Negócios.

O projeto do Sebrae atende 40 piscicultores em 11 municípios da região


Um lugar onde o peixe é vendido vivo. Uma região que trocou o gado pela piscicultura. No interior do Mato Grosso, produtores rurais apostam no dinheiro que sai da água.

Pintado, tambacu e piavuçu. Essas espécies são criadas na fazenda de Maria da Glória Chaves, em Poconé, a 100 quilômetros da capital Cuiabá. A produção começou há oito anos.

“A única maneira de uma propriedade pequena ter renda é criando peixe”, afirma a produtora rural Maria da Glória Chaves.

Mas no início, a produtora teve problemas causados pela inexperiência. Ela não tinha um oxímetro, usado para medir o nível de oxigênio da água. Por não fazer o controle, a fazenda perdeu um tanque inteiro: 4 mil peixes mortos e um prejuízo de R$ 10 mil. O oxímetro e outras mudanças foram trazidas pelo Sebrae, que criou um projeto para desenvolver a cadeia produtiva da piscicultura na baixada cuiabana.

“O Sebrae tem contribuído com os piscicultores da região através de vários estudos, pesquisas, capacitação e acesso a mercado também”, conta Marisbeth Gonçalves, do Sebrae do Mato Grosso.

Outra dica seguida pela empresária foi a criação do piavuçu. A espécie é bem mais barata e é usada para controlar a qualidade da água. O piavuçu come os restos de comida. Também é muito sensível, o primeiro a morrer quando falta oxigênio no tanque.

“O tratador já está atento. A mínima coisa com o piavuçu, já suspende a ração e já vê qual é o problema”, afirma a empresária.

A empresária também investiu para proteger os peixes dos perigos do pantanal.

Os alevinos, filhotes de peixe, ficam numa área chamada de berçário. O espaço é todo cercado para evitar o ataque de predadores. A tela impede a entrada de jacarés que saem dos rios da região pantaneira. E os pássaros não conseguem passar pela cobertura de arame e fios de nylon. O investimento foi pequeno, menos de R$ 2 mil. E acabou com a mortalidade dos peixes.

Para começar na piscicultura, a empresária investiu R$ 35 mil, recuperados em três anos. A fazenda tem oito tanques de meio hectare cada. As 27 toneladas de peixe produzidas por ano são vendidas para quatro restaurantes da região. A novidade é a criação do pintado. O custo da espécie é o mesmo, mas o quilo é vendido pelo dobro do preço.

"O valor dele é um pouco melhor. Então você tem o retorno do dinheiro mais rápido. E também o pintado é muito gostoso. Ele não tem espinha, então a procura do cliente é maior", aponta Maria da Glória.

O projeto do Sebrae atende 40 piscicultores em 11 municípios da região. E 15 deles participam de um grupo de compra coletiva de ração.

“Estão fazendo a compra do principal insumo da piscicultura que é a ração. Eles fazem a compra conjunta chegando numa média de 20% da redução dos custos”, diz Marisbeth.

Em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, Benedito Norberto Barros cria 20 mil peixes e 120 mil alevinos. São seis barragens e vários tanques menores. O negócio é muito lucrativo.

“O faturamento tem melhorado muito porque eu estou investindo e sei que o futuro está aí”, comenta o empresário.

Enquanto um funcionário distribui a ração no meio da barragem, os peixes que vão ser vendidos ficam 24 horas isolados. Presos em uma estrutura gradeada sem alimentação.

“Se nós não fizermos esse trabalho, pode ocorrer uma variação nas características desse peixe, ou seja, no sabor do peixe”, conta o veterinário Francisco das Chagas de Medeiros.

O empresário enche um tanque com água da barragem. E coloca junto 400 quilos de peixe. Um tubo de oxigênio é usado para ajudar na respiração. Meia hora depois, no centro da cidade, eles são vendidos ainda vivos. O cliente escolhe, retira o peixe da água e leva na balança. O quilo custa R$ 5. Nos melhores dias, são vendidos 2 mil quilos de peixe.

“Peixe congelado não tem gosto, melhor naturalzinho para ficar de boa”, garante o cliente Cléber Soares Nascimento.

“Aqui pra gente fazer no dia-a-dia é frito. E a gente sempre deixa um separadinho, temperado para no fim de semana levar ao forno e comer ele assadinho. Isso é o ideal”, garante o cliente Luis Roberto Adversi.

A empresa ainda limpa e tira a espinha dos peixes. O serviço custa R$ 2. Para Benedito Barros, o negócio é um sucesso porque o quilo do peixe está mais barato do que carne bovina de segunda.

“É um negócio bom, que vem funcionando. Comecei por esporte. Hoje, meu ganha pão é esse”, comemora Benedito.

Mais informações sobre o apoio do Sebrae à piscicultura procure um posto de atendimento mais perto de você ou acesse www.sebrae.com.br
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Eric Carreras
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Mensagem por Eric Carreras » Qua Jul 09, 2008 2:35 pm

Outro dia passou no Discovery o programa "pesca Milionaria"... é impressionante mesmo... abração!
http://www.jampafishing.com/
"Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado,
quando o último peixe for pescado, a humanidade vai entender que
dinheiro não se come!"
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