Aruba, Mojitos e Tarpons
Enviado: Seg Nov 01, 2010 11:33 am
Olá,
Dificilmente coloco relatos no Caterva, pois me dedico mais a outros dois sites de pesca com mosca, que é a modalidade que pratico 90% do tempo.
Mas penso que esse, que ora apresento, pode ser útil a todas as comunidades de pescadores esportivos , de qualquer modalidade.
São informações interessantes - com poucas fotos de peixe, por sinal - que irão ajudar a quem tiver intenção de passear por Aruba, um destino cada vez mais procurado por brasileiros e que atende a pescadores e à toda a família
Aruba, Mojitos e Tarpons
Foi de repente: sem programar, sem guia de pesca confirmado, sem sabermos de nada sobre o local! Quando vimos, estávamos no avião, rumo à Aruba.
Por coincidência, eu e Jack tínhamos dias livres de 21 a 24 de outubro. Foi um papo de jantar, no dia 19: conversávamos sobre viagens, milhas vencendo e minha filha falou: “Pô pai, torra essas milhas no Caribe! Minha mãe tá precisando tirar uns “days off” e a Gol tá com vôos diretos prá Aruba.”
Retruquei que estava muito encima da hora e que não conhecia ninguém que tivesse pescado lá e muito menos sabia sobre guias locais. Ela insistiu, dizendo para irmos fazer turismo e relaxar...Caso pescássemos, seria um “bônus”.
Concordei e depois de muito batalhar durante todo o dia, pois o vôo estava lotado, consigo emitir os bilhetes. Eram 8 da noite de quarta-feira, dia 20 de outubro. E só tínhamos o vôo. Nada ainda de hotel, carro, muito menos guias de pesca ou informações de pesca, difíceis mesmo com a Internet.
O vôo iria sair às 9 da manhã do dia seguinte; tínhamos que correr. Fui à Ipanema, na casa do Paulo Cesar pegar moscas para bonnefish. Jack – tomada de surpresa total – ficou arrumando as malas e acertando pendências de sua agenda médica . Em seguida, já com as moscas e mais de 11 da noite, reservei hotel, carro e depois pesquisei na Internet sobre guias de pesca em Aruba e só encontrei para pesca de oceano. Até que me deparo com o Laurenz, um holandês radicado na ilha, oferecendo serviço de guia de fly em Aruba, por preços razoáveis. Telefonei para ele, mas os dias que eu queria, já estavam reservados. Aliás, ele tem a agenda sempre lotada. Muito gentil, como que se desculpando, Laurenz me enviou por e-mail preciosas dicas para eu pescar desembarcado e sem guia.
Bem, após uma noite preparando os equipos de pesca, atando moscas e ultimando os preparativos, finalmente estávamos prontos para irmos ao aeroporto, exaustos, totalmente insones...e felizes.
Saímos sem café-da-manhã e com apenas US$200 dólares no bolso. Como viajo muito, tenho sempre umas mordomias e tomamos o café na sala vip da American Express, que também fez o câmbio. Até aí tudo estava dando certo!
Após passarmos o dia voando - Rio/São Paulo/Caracas/Aruba – chegar a Oranjstad é uma delícia. Nos hospedamos no Holliday Inn Resort, em Palm Beach, onde ficam a maioria dos hotéis das grandes redes. Todos tem cassinos e apresentam shows de qualidade razoável. O check in é lentíssimo, dando o tom de que no Caribe não há pressa. Já entramos no clima, trocamos o rock pela salsa e, mesmo na fila, tomamos nosso primeiro drink, um mojito de pomelo, servido como cortesia pelo hotel. Já havia anoitecido e após um relaxante mergulho, ficamos passeando pela praia, na área iluminada pelo hotel, onde numa água de absurda transparência pudemos ver os ataques de pequenas barracudas aos peixinhos que nadavam na beira. Ficamos animados, fomos jantar e descansar.
PREPARANDO PARA JANTAR!
Amanheceu azul e quente e acordamos com a visão do paraíso.
VISTA A PARTIR DE NOSSO QUARTO
Após um rápido desjejum já estávamos na praia, na área indicada pelo Laurenz, onde pescamos nossos primeiros e minúsculos peixes de Aruba: red snappers de menos de 15 centímetros; coroados com dois exemplares de cerca de 1 quilo cada e mais uma barracuda bonita, pega no bait, pela Jack. SIM! Havia peixe em Aruba! (cujas primeiras fotos foram perdidas, por problemas no cartão de memória). O guia nos havia falado dos bonnes nessa área: poucos, grandes e difíceis de serem pescados! Mas, naquele momento, não estávamos nem aí para os bonnes...Estávamos muito felizes com nossos peixinhos, no meio daquele mar verde e transparente.
PRAIA DE PALM BEACH, COM NOSSO HOTEL AO FUNDO
PRAIA DE PALM BEACH, A PARTIR DE NOSSO HOTEL
O resto do dia foi de passeios pela ilha e quando voltamos ao quarto a secretária eletrônica piscava avisando algum recado. Fomos conferir e um cliente do Laurenz não pode viajar. Assim abriu uma rara vaga no sábado, período da manhã. Às 6 horas em ponto Laurenz nos pegou no hotel, uma estrutura nota 10!
PICK UP E BARCO
Às 6:20 já estávamos na água, navegando em direção ao único manguezal de Aruba, que além de tudo é pequeno. Fundo escuro, mas água transparente e verde estonteante, fui montando o meu equipo #10, por indicação do guia. Ele montou um #12 (dele) e deixou preparado, pois disse que talvez eu precisasse. Antes que eu colocasse a mosca, by Jorge, ele ofereceu um Tarpon Toad rosa bebê e brincou, dizendo que para os tarpons gays. Rimos muito com a cor da isca, mas, segundo ele era a que vinha funcionando nos últimos dias. O barco de Laurenz é maravilhoso, totalmente voltado para a pesca com mosca, motor de 115 hp, imensa proa com piso anti-derrapante e nada onde a linha pudesse prender. O barco ia sendo lentamente conduzido pelo guia, em silêncio total, movido pelo longo varejão.
NAVEGANDO
Após uma curva, avistamos os primeiros tarpons fazendo rowlling...Não eram grandes, mas que visão! Fiquei nervoso e os primeiros lançamentos foram lastimáveis, mas logo peguei o rítmo...Ainda assim, os tarpons não vinham atrás da isca. Após quase uma hora casteando com uma #10, num calor de rachar e sem ações, comecei a desanimar. Nesse momento, antecipando a subida de três tarpons, Laurenz berra a posição, a partir de sua visão privilegiada: “Eleven o’clock, fifty feet!!!” Faço o pick up já soltando linha para trás, um back cast e lancei. Foi perfeito, líder esticado, na posição de 11 horas em relação à proa, na distância requerida. Mal a mosca bate na água, os três tarpons sobem cerca de um metro atrás. Um bem grande, de uns 30 quilos e outros dois menores, que avançam ao mesmo tempo para a isca...CARACA! Isso tudo no visual! Um dos menores se antecipa como um torpedo e abocanha a mosca. Lembrei tudo do que havia lido e ferrei pela linha, com um violento puxão para trás, confirmando com outro a seguir. A linha cantou pelas passadeiras e logo chegou ao backing, que teve uns 10 metros retirado, com a vara fletida, mas sem ser levantada. Nesse momento – hora crítica – acreditei que o bicho estava bem ferrado e fiz novo strike lateralmente, começando a briga. O tarpon reagiu ao strike e pulou verticalmente, se sacudindo todo...Talvez mais de um metro de altura, foi o seu salto, ao qual seguiram-se outros mais. Mas dessa vez fiz tudo direitinho e em alguns minutos o menino veio posar para a foto.
O TARPON FERRADO, COM A MOSCA ROSA
VEIO PARA A FOTO
OUTRA, COM O LAURENZ, QUE VIBROU MUITO JUNTO COMIGO
SOLTANDO, PARA UMA PRÓXIMA VEZ
CARAMBA! Naquele momento me senti pescado! Aliás, meu sorriso diz tudo! Não sei o peso do peixe, pois o Laurenz não permite que se use boga grip com tarpons, pois esfacela a boca do peixe, mas ele estimou em 6 quilos...Bem, para mim isso não tem a menor importância, pois não podemos colocar nem medir nossas emoções e felicidade numa balança. Poderia ir para casa naquele momento, pois a viagem já teria valido a pena: meu primeiro tarpon na mosca, na primeira ação que tive desse peixe, sabendo-se que a regra é um peixe para cada 10 perdidos. Bom demais!
O calor aumentava e os tarpons pararam de subir. Fomos a outra parte do mangue em busca de robalos, barracudas ou eventuais xaréus. Eu estava cansado e ficamos pescando com bait, com várias ações de peixes pequenos: xareletes, robalinhos ...Nada demais. Nos despedimos de Laurenz com a certeza que um dia voltaremos lá.
Antes de nos despedirmos, Laurenz deu mais uma dica: o canal que corta a cidade e deságua junto ao local de descida dos barcos, é diversão garantida, mas já é poluído, pois carreia parte dos esgotos que, mesmo tratados, conferem um aspecto triste ao local...Era quase meio-dia e, de brincadeira, lançamos as varas de bait, pois já tínhamos desmontado as de fly. Foram ataques seguidos de barracudas e robalos entre 500 gramas e 1 quilo...Pegamos várias em poucos minutos. Segundo Laurenz, no período noturno pegam-se robalos grandes.
CANAL NO CENTRO DE ORANJSTAD: DIVERSÃO GARANTIDA!
Após passeios, mergulhos e tentativas de pescar em outras praias, especialmente na linda Baby Beach, voltamos ao hotel e ficamos pescando no píer em frente, brincando com os peixes que vinham atrás sem pegar nas iscas; quando, do nada, surge um imenso tarpon, que abocanha a mosca (um pequeno streamer para robalos) e, ferrado (equipo #8) em sua primeira corrida rompe a linha do líder numa das estacas do píer. Fiquei abismado!
PIER EM PALM BEACH - LOCAL DE TARPONS, ROBALOS E OUTROS PEIXES DOS RECIFES
PEIXES DOS RECIFES - COM CERCA DE 1KG - QUE SEGUIAM E MORDIAM AS MOSCAS DE TARPON - COM BOCA PEQUENA, NÃO ENTRAVAM NO ANZOL
A ENCANTADORA BABY BEACH: TEM BONNES, BARRACUDAS, XARELETES E PAMPOS, MAS NÃO PEGAMOS NADA
Ao sairmos do píer, um barco voltava de uma pescaria de mar aberto, com vários peixes grandes (em Aruba se matam todos os peixes. A única exceção é o Laurenz, que é considerado meio doido por proceder assim). Conversamos com o dono desse barco, Captain Peter, um holandês doido de pedra, sobre a possibilidade de pescarmos tarpons ou bonnes com ele, no Domingo. Fechamos o preço e, mesmo não sendo um barco para pesca com mosca, era uma tremenda lancha, com motor de 250 hp...Só que o Peter não sabia posicionar o barco para pescar com mosca, atendia clientes no telefone o tempo todo...Bem, ou agente se aborrecia com a situação, ou aproveitava a chance de outro modo. Optamos pela segunda opção e pescamos com bait ...Inclusive o Peter, mais interessado que nós na pescaria...Deixamos prá lá a falta de ética dele e aproveitamos o momento. E Jack foi premiada com um lindo tarpon no bait. Mas foto, só dentro d’água, pois antes dela posar com o peixe, o doido do guia o soltou.
BABY TARPON DA JACK, COM CERCA DE 3 QUILOS, NA MARIA
E assim foi nosso final-de-semana em Aruba que, mesmo não sendo um local top para a pesca esportiva, é uma ilha encantadora, com dezenas de opções de locais para lançarmos nossas moscas e que, além disso, oferece estrutura e diversão para toda a família. E o melhor: com preços muito razoáveis
EU, NO MELHOR ESTILO CARIBENHO
JACK, TAMBÉM NO CLIMA
DETALHES TÉCNICOS
Contato com Laurenz: http://www.flyfishingaruba.com ou tel: 00+XX+297+7349474
Preços e demais detalhes no próprio site. Só tenho elogios para ele. Sabe guiar, conhece bem o local, é educado e não se julga dono da verdade. Não fica tentando lhe dizer o que fazer. Apenas posiciona o barco com perfeição e canta onde os peixes vão subir. Igualmente guia para pescar Bonnes, fomos atrás, mas não vimos nenhum e ele só admite pescar bonnes no visual.
Equipos: varas extra rápidas #8, #10 e #12 (venta pacas...eu dei sorte e ventou pouco) com linhas tropicalizadas flutuante e intermediária, bem lenta, para pescar pouco abaixo da superfície. Dificilmente se usará uma linha afundante.
Pesquei o tarpon com vara #10 e foi tranquilo para controlá-lo.
Moscas: tarpon toads (rosa, lilás, roxas ou limão), minnows em sillyskin, gotchas e crazy charlies, cor de areia, de laranja, marrons, rosadas e brancas, essas últimas com mais brilho.
Dificilmente coloco relatos no Caterva, pois me dedico mais a outros dois sites de pesca com mosca, que é a modalidade que pratico 90% do tempo.
Mas penso que esse, que ora apresento, pode ser útil a todas as comunidades de pescadores esportivos , de qualquer modalidade.
São informações interessantes - com poucas fotos de peixe, por sinal - que irão ajudar a quem tiver intenção de passear por Aruba, um destino cada vez mais procurado por brasileiros e que atende a pescadores e à toda a família
Aruba, Mojitos e Tarpons
Foi de repente: sem programar, sem guia de pesca confirmado, sem sabermos de nada sobre o local! Quando vimos, estávamos no avião, rumo à Aruba.
Por coincidência, eu e Jack tínhamos dias livres de 21 a 24 de outubro. Foi um papo de jantar, no dia 19: conversávamos sobre viagens, milhas vencendo e minha filha falou: “Pô pai, torra essas milhas no Caribe! Minha mãe tá precisando tirar uns “days off” e a Gol tá com vôos diretos prá Aruba.”
Retruquei que estava muito encima da hora e que não conhecia ninguém que tivesse pescado lá e muito menos sabia sobre guias locais. Ela insistiu, dizendo para irmos fazer turismo e relaxar...Caso pescássemos, seria um “bônus”.
Concordei e depois de muito batalhar durante todo o dia, pois o vôo estava lotado, consigo emitir os bilhetes. Eram 8 da noite de quarta-feira, dia 20 de outubro. E só tínhamos o vôo. Nada ainda de hotel, carro, muito menos guias de pesca ou informações de pesca, difíceis mesmo com a Internet.
O vôo iria sair às 9 da manhã do dia seguinte; tínhamos que correr. Fui à Ipanema, na casa do Paulo Cesar pegar moscas para bonnefish. Jack – tomada de surpresa total – ficou arrumando as malas e acertando pendências de sua agenda médica . Em seguida, já com as moscas e mais de 11 da noite, reservei hotel, carro e depois pesquisei na Internet sobre guias de pesca em Aruba e só encontrei para pesca de oceano. Até que me deparo com o Laurenz, um holandês radicado na ilha, oferecendo serviço de guia de fly em Aruba, por preços razoáveis. Telefonei para ele, mas os dias que eu queria, já estavam reservados. Aliás, ele tem a agenda sempre lotada. Muito gentil, como que se desculpando, Laurenz me enviou por e-mail preciosas dicas para eu pescar desembarcado e sem guia.
Bem, após uma noite preparando os equipos de pesca, atando moscas e ultimando os preparativos, finalmente estávamos prontos para irmos ao aeroporto, exaustos, totalmente insones...e felizes.
Saímos sem café-da-manhã e com apenas US$200 dólares no bolso. Como viajo muito, tenho sempre umas mordomias e tomamos o café na sala vip da American Express, que também fez o câmbio. Até aí tudo estava dando certo!
Após passarmos o dia voando - Rio/São Paulo/Caracas/Aruba – chegar a Oranjstad é uma delícia. Nos hospedamos no Holliday Inn Resort, em Palm Beach, onde ficam a maioria dos hotéis das grandes redes. Todos tem cassinos e apresentam shows de qualidade razoável. O check in é lentíssimo, dando o tom de que no Caribe não há pressa. Já entramos no clima, trocamos o rock pela salsa e, mesmo na fila, tomamos nosso primeiro drink, um mojito de pomelo, servido como cortesia pelo hotel. Já havia anoitecido e após um relaxante mergulho, ficamos passeando pela praia, na área iluminada pelo hotel, onde numa água de absurda transparência pudemos ver os ataques de pequenas barracudas aos peixinhos que nadavam na beira. Ficamos animados, fomos jantar e descansar.
PREPARANDO PARA JANTAR!
Amanheceu azul e quente e acordamos com a visão do paraíso.
VISTA A PARTIR DE NOSSO QUARTO
Após um rápido desjejum já estávamos na praia, na área indicada pelo Laurenz, onde pescamos nossos primeiros e minúsculos peixes de Aruba: red snappers de menos de 15 centímetros; coroados com dois exemplares de cerca de 1 quilo cada e mais uma barracuda bonita, pega no bait, pela Jack. SIM! Havia peixe em Aruba! (cujas primeiras fotos foram perdidas, por problemas no cartão de memória). O guia nos havia falado dos bonnes nessa área: poucos, grandes e difíceis de serem pescados! Mas, naquele momento, não estávamos nem aí para os bonnes...Estávamos muito felizes com nossos peixinhos, no meio daquele mar verde e transparente.
PRAIA DE PALM BEACH, COM NOSSO HOTEL AO FUNDO
PRAIA DE PALM BEACH, A PARTIR DE NOSSO HOTEL
O resto do dia foi de passeios pela ilha e quando voltamos ao quarto a secretária eletrônica piscava avisando algum recado. Fomos conferir e um cliente do Laurenz não pode viajar. Assim abriu uma rara vaga no sábado, período da manhã. Às 6 horas em ponto Laurenz nos pegou no hotel, uma estrutura nota 10!
PICK UP E BARCO
Às 6:20 já estávamos na água, navegando em direção ao único manguezal de Aruba, que além de tudo é pequeno. Fundo escuro, mas água transparente e verde estonteante, fui montando o meu equipo #10, por indicação do guia. Ele montou um #12 (dele) e deixou preparado, pois disse que talvez eu precisasse. Antes que eu colocasse a mosca, by Jorge, ele ofereceu um Tarpon Toad rosa bebê e brincou, dizendo que para os tarpons gays. Rimos muito com a cor da isca, mas, segundo ele era a que vinha funcionando nos últimos dias. O barco de Laurenz é maravilhoso, totalmente voltado para a pesca com mosca, motor de 115 hp, imensa proa com piso anti-derrapante e nada onde a linha pudesse prender. O barco ia sendo lentamente conduzido pelo guia, em silêncio total, movido pelo longo varejão.
NAVEGANDO
Após uma curva, avistamos os primeiros tarpons fazendo rowlling...Não eram grandes, mas que visão! Fiquei nervoso e os primeiros lançamentos foram lastimáveis, mas logo peguei o rítmo...Ainda assim, os tarpons não vinham atrás da isca. Após quase uma hora casteando com uma #10, num calor de rachar e sem ações, comecei a desanimar. Nesse momento, antecipando a subida de três tarpons, Laurenz berra a posição, a partir de sua visão privilegiada: “Eleven o’clock, fifty feet!!!” Faço o pick up já soltando linha para trás, um back cast e lancei. Foi perfeito, líder esticado, na posição de 11 horas em relação à proa, na distância requerida. Mal a mosca bate na água, os três tarpons sobem cerca de um metro atrás. Um bem grande, de uns 30 quilos e outros dois menores, que avançam ao mesmo tempo para a isca...CARACA! Isso tudo no visual! Um dos menores se antecipa como um torpedo e abocanha a mosca. Lembrei tudo do que havia lido e ferrei pela linha, com um violento puxão para trás, confirmando com outro a seguir. A linha cantou pelas passadeiras e logo chegou ao backing, que teve uns 10 metros retirado, com a vara fletida, mas sem ser levantada. Nesse momento – hora crítica – acreditei que o bicho estava bem ferrado e fiz novo strike lateralmente, começando a briga. O tarpon reagiu ao strike e pulou verticalmente, se sacudindo todo...Talvez mais de um metro de altura, foi o seu salto, ao qual seguiram-se outros mais. Mas dessa vez fiz tudo direitinho e em alguns minutos o menino veio posar para a foto.
O TARPON FERRADO, COM A MOSCA ROSA
VEIO PARA A FOTO
OUTRA, COM O LAURENZ, QUE VIBROU MUITO JUNTO COMIGO
SOLTANDO, PARA UMA PRÓXIMA VEZ
CARAMBA! Naquele momento me senti pescado! Aliás, meu sorriso diz tudo! Não sei o peso do peixe, pois o Laurenz não permite que se use boga grip com tarpons, pois esfacela a boca do peixe, mas ele estimou em 6 quilos...Bem, para mim isso não tem a menor importância, pois não podemos colocar nem medir nossas emoções e felicidade numa balança. Poderia ir para casa naquele momento, pois a viagem já teria valido a pena: meu primeiro tarpon na mosca, na primeira ação que tive desse peixe, sabendo-se que a regra é um peixe para cada 10 perdidos. Bom demais!
O calor aumentava e os tarpons pararam de subir. Fomos a outra parte do mangue em busca de robalos, barracudas ou eventuais xaréus. Eu estava cansado e ficamos pescando com bait, com várias ações de peixes pequenos: xareletes, robalinhos ...Nada demais. Nos despedimos de Laurenz com a certeza que um dia voltaremos lá.
Antes de nos despedirmos, Laurenz deu mais uma dica: o canal que corta a cidade e deságua junto ao local de descida dos barcos, é diversão garantida, mas já é poluído, pois carreia parte dos esgotos que, mesmo tratados, conferem um aspecto triste ao local...Era quase meio-dia e, de brincadeira, lançamos as varas de bait, pois já tínhamos desmontado as de fly. Foram ataques seguidos de barracudas e robalos entre 500 gramas e 1 quilo...Pegamos várias em poucos minutos. Segundo Laurenz, no período noturno pegam-se robalos grandes.
CANAL NO CENTRO DE ORANJSTAD: DIVERSÃO GARANTIDA!
Após passeios, mergulhos e tentativas de pescar em outras praias, especialmente na linda Baby Beach, voltamos ao hotel e ficamos pescando no píer em frente, brincando com os peixes que vinham atrás sem pegar nas iscas; quando, do nada, surge um imenso tarpon, que abocanha a mosca (um pequeno streamer para robalos) e, ferrado (equipo #8) em sua primeira corrida rompe a linha do líder numa das estacas do píer. Fiquei abismado!
PIER EM PALM BEACH - LOCAL DE TARPONS, ROBALOS E OUTROS PEIXES DOS RECIFES
PEIXES DOS RECIFES - COM CERCA DE 1KG - QUE SEGUIAM E MORDIAM AS MOSCAS DE TARPON - COM BOCA PEQUENA, NÃO ENTRAVAM NO ANZOL
A ENCANTADORA BABY BEACH: TEM BONNES, BARRACUDAS, XARELETES E PAMPOS, MAS NÃO PEGAMOS NADA
Ao sairmos do píer, um barco voltava de uma pescaria de mar aberto, com vários peixes grandes (em Aruba se matam todos os peixes. A única exceção é o Laurenz, que é considerado meio doido por proceder assim). Conversamos com o dono desse barco, Captain Peter, um holandês doido de pedra, sobre a possibilidade de pescarmos tarpons ou bonnes com ele, no Domingo. Fechamos o preço e, mesmo não sendo um barco para pesca com mosca, era uma tremenda lancha, com motor de 250 hp...Só que o Peter não sabia posicionar o barco para pescar com mosca, atendia clientes no telefone o tempo todo...Bem, ou agente se aborrecia com a situação, ou aproveitava a chance de outro modo. Optamos pela segunda opção e pescamos com bait ...Inclusive o Peter, mais interessado que nós na pescaria...Deixamos prá lá a falta de ética dele e aproveitamos o momento. E Jack foi premiada com um lindo tarpon no bait. Mas foto, só dentro d’água, pois antes dela posar com o peixe, o doido do guia o soltou.
BABY TARPON DA JACK, COM CERCA DE 3 QUILOS, NA MARIA
E assim foi nosso final-de-semana em Aruba que, mesmo não sendo um local top para a pesca esportiva, é uma ilha encantadora, com dezenas de opções de locais para lançarmos nossas moscas e que, além disso, oferece estrutura e diversão para toda a família. E o melhor: com preços muito razoáveis
EU, NO MELHOR ESTILO CARIBENHO
JACK, TAMBÉM NO CLIMA
DETALHES TÉCNICOS
Contato com Laurenz: http://www.flyfishingaruba.com ou tel: 00+XX+297+7349474
Preços e demais detalhes no próprio site. Só tenho elogios para ele. Sabe guiar, conhece bem o local, é educado e não se julga dono da verdade. Não fica tentando lhe dizer o que fazer. Apenas posiciona o barco com perfeição e canta onde os peixes vão subir. Igualmente guia para pescar Bonnes, fomos atrás, mas não vimos nenhum e ele só admite pescar bonnes no visual.
Equipos: varas extra rápidas #8, #10 e #12 (venta pacas...eu dei sorte e ventou pouco) com linhas tropicalizadas flutuante e intermediária, bem lenta, para pescar pouco abaixo da superfície. Dificilmente se usará uma linha afundante.
Pesquei o tarpon com vara #10 e foi tranquilo para controlá-lo.
Moscas: tarpon toads (rosa, lilás, roxas ou limão), minnows em sillyskin, gotchas e crazy charlies, cor de areia, de laranja, marrons, rosadas e brancas, essas últimas com mais brilho.
