ROBALOS EM ITACARÉ - BAHIA
Enviado: Sáb Nov 13, 2004 6:51 pm
Bem pessoal, estou de volta a BH. Passei 1 semana em Itacaré e posso dizer que se eu não tivesse minha empresa e outras coisas aqui em BH me mudaria para lá com certeza.
Descobri coisas muito, mas muito interessantes. Uma cidade no meio da mata atlantica, cheia de praias maravilhosas e muitos, mas muitos rios cortando as florestas - o que significa muita vida e muitos peixes. Conversando com locais descobri um imenso potencial para pesca esportiva no local, não somente do robalo mas de outros peixes esportivos de água doce e salgada.
O robalo reina nos mangues, mas tb podem ser fisgados caranhas e xareus (alguns acima dos 10 kg).
Cheguei na cidade e logo no segundo dia fui para um local conhecido com o sugestivo nome de PONTA DO XARÉL. Fui tentar umas isquinhas e logo de cara tomei uma porrada em um shad da storme, mas perdi a ferrada. Depois no camarão DOA tive uma pegada (já estava anoitecendo) e perdi novamente. Voltei pra casa e a mão coçando pra pescar.
Tinha um passeio de canoa pelo mangue que levava até uma cachoeira. Conheci uns locais que me indicaram um canoeiro que conhecia o mangue e era pescador. O combinado seria que subiriamos o mangue na enxente da maré até a cachoeira, ficariamos lá durante o reponto e voltariamos na vazante, sempre pescando.
Subindo o rio eu fui tentando apenas no bait, algumas ações e nenhuma efetiva - Em um ponto arremessei uma isca transparente e um robalinho atacou. Foi fotografado e liberado. Mais um pouco a frente novo arremesso e outro robalo, desta vez um pouco maior, mas ainda pequeno.
Chegamos na cachoeira fomos conhecer. Uma queda d'água e um poço cheio de PITUS gigantes, alguns do tamanho de lagostas e alguns jacundás nadando - pesca proibida nestes locais.
Depois de nadar bastante voltamos, era hora da vazante. Mudei de tática e montei o fly, mas desta vez montei o #8 - com medo de entrar algo maior e a #4 nao suportar.
Atei uma seaducer e o canoeiro me olhando com cara de quem nao acredita que aquilo pegava peixe. Olhei pra ele e disse, ta assustado? Ele respondeu que queria só ver aquilo pegando peixe.
Quando iniciei os arremessos ele se assustou ainda mais - e logo no primeiro pincho o primeiro robalo segue a isca e nao ataca - arremessei novamente no mesmo local e ele morde com vontade. Era pequeno e a vara nem sentiu. Fomos descendo e vários peixes foram sendo fisgados e o Raymundo (canoeiro) cada vez aprendendo mais como colocar o barco na posicao e os bons locais para arremesso. E agora acreditando naquela peninha amarela. E foi assim, vários robalos o dia todo - já no final paramos em cima de uma galhada e fiz um arremesso e um rebojo grande na isca - perdi talvez o maior... mas neste ponto foram vários tricks. Paramos pra almocar no restaurante do Miguel, um pescador profissional muto gente fina e conhece aquele rio como ninguem. Comemos, papeamos bastante - vimos alguns guaiamuns e logo voltamos a luta com os robalos. Depois do almoço (16:30) a maré já estava baixa e diminuiram muito as acoes, mas ainda deu pra fisgar o último - em uma praia já chegando no local de desembarque.
Chegamos e eu estava feliz por ter fisgado o meu primeiro robalo, tanto no bait como no fly - mas faltou o gosto de fisgar algo que fizesse a vara envergar mesmo... Então marquei com ele para o dia seguinte, a maré estava subindo por volta das 10 da manha, entao marcamos as 11 horas - fariamos o mesmo, só que nao teriamos almoco e nem a cachoeira.
Encontrei com ele na canoa as 11 horas e subimos - logo notei que a maré já estava em um ponto bom, e a água muito, muito limpa - dava pra ver o peixe saindo das galhadas e seguindo a isca e atacando. Desta vez fui apenas de fly e apenas na #4, tinha atado iscas na noite anterior especialmente para esta numeracao e nas cores que foram eficientes no dia anterior (amarelas com vermelho - amarelas com azul).
Era lindo ver os peixes saindo de traz das raizes e atacando sua isca - alguns atacavam 4 vezes até acertar o bote. Desta vez apostei com o Budião (apelido do guia) - Ele pescaria com isca viva e da forma que estava acostumado e eu somente com fly - veriamos quem pegaria mais. Em um ponto do mangue eu tenho um ataque e perdi o peixe por ferrar antes da hora, em seguida a isca do Budiao foi atacada e este foi fisgado, 1x0 para a isca viva. Depois desta iniciou a virada, 1x1, 1x2, 1x3 e foi assim, antes do reponto eu já estava a 3 contra 1, foi quando chegamos em um praço do mangue que sempre saiu peixe, em uma sobra, debaixo de uma arvore caida sairam nada mais que 3 tricks no fly e nenhum na isca viva - chegou o reponto da maré e iniciamos nossa volta, fisguei mais alguns e peramos no Miguel para tomar uma água e reiniaciar a peleja. Figuei mais um proximo ao restaurante e o Budiao desistiu da isca viva. até este momento o placar ja passava dos 7 contra 1. Passamos por uma parte que a água entrava muito dentro da vegetacao, o que dificultava os arremessos de fly, na outra margem o barranco era mais proximo da água, e as raizes mais atrativas. Boa hora pra mudar - neste momento a maré corria forte e era dificil de manter o barco na distancia boa pro arremesso - e parecia que eu estava iluminado, porque pescando robalos no mangue e nao tinha perdido nenhuma isca - olhei um ponto atras de uma arvore caida e arremessei, deixei a maré levar a isca uns segundos e dei dois puxoes, um vulto prata saiu e pegou com vontade a isca, a vara envergou inteira e eu gritei - este é grande - tira o barco que ele vai entrar na arvore - com a maré puxando forte e jogando para cima do mangue - o guia tentando tirar o barco no remo e o peixe dando cabecadas na tentativa de entrar nos galhos, e eu com uma vara #4 - full flex - tentando segurar e gritando - tira o barco.... conseguimos fazer a volta mas logo em seguida a corrente jogava o barco no mangue e o peixe tentava novamente se esconder - ai ele dá um salto e vimos o tamalho da encrenca - um robalo peva grande para aquela numeracao de vara com a ajuda da corrente vazante da maré jogando para dentro do mangue.
Uns 150 m abaixo conseguimos levantar o peixe para a fotografia... Pronto, já no final do dia, era o último ponto de pesca Deus me deu a oportunidade de fisgar este peixe, em um equipamento leve que deu todo o gosto a esta captura. Desta vez eu não soltei o peixe, ele foi o meu jantar nesta noite. Levei o peixe como um presente a minha namorada que perdeu um dia das férias dela para que eu pudesse pescar, e nada mais justo do que eu retribuir com um belo jantar com um peixe fresco, fruto desta pescaria. Cheguei no hotel e ela abriu um sorrizo vendo o peixe na minha mão e minha cara de felicidade, tomei banho e fomos a um restaurante que iria preparar o peixe.
Depois deste dia não precisava mais pescar, meu objetivo já tinha sido cumprido - pescar um robalo de porte.
Algumas fotos:
Rafting no Rio dos Contos
Depois do rafting um almoço maravilhoso... Olha esta pituzada... meu Deus que saudade....
O único robalo na isca viva...
Rio dos Contos - pra quem não sabe neste ponto do rio pode-se pescar alem de robalos de porte, xareus, tucunarés e até cachorra - acrete se quiser - lá é conhecida como pescada goiva - e outros peixes que por terem os nomes modificados localmente não pude identificar quais eram.
O jantar... robalo pescado e frito na hora - estava perfeito.
Bem pessoal, estou estudando a possibilidade de levar um grupo para pescar na regiao, quem tiver interesse entre em contato comigo. Ou quem quiser ir antes disso tb entrem em contato pois tenho muita informacao para passar além dos contatos com os guias certos.